18 de dezembro de 2008

O herói

Ontem saí de casa mais cedo do que o normal, a temperatura era amena de primavera, o dia estava amarelo e azul, do som do meu carro se evolava o rock suave da Rádio Itapema e eu me sentia realmente bem. Estacionei numa rua quase bucólica do Menino Deus e vi que ali perto um catador de papel puxava sua carrocinha sem pressa.
Era magro e alto, devia andar nas franjas dos 50 anos e tinha a pele luzidia de tão negra. Ao seu lado saltitava um menino de, calculei, uns quatro anos de idade, talvez menos. Devia ser o filho dele, porque o observava com um olhar quente de admiração, como se aquele homem fosse o seu herói... Bem. Ao menos foi o que julguei, certeza não podia ter.

Já ia me afastar quando, por entre as grades da cerca de uma creche próxima, voou um brinquedo de plástico. Um desses robôs cheios de luzes e vozes, que se transformam em nave espacial e prédio de apartamentos, adorado pelas crianças de hoje em dia. Algum garoto devia ter atirado o brinquedo para cima por engano, ou fora uma gracinha sem graça de um amigo.

O menino que era dono do brinquedo colou o rosto na grade como se fosse um presidiário, angustiado. O filho do catador de papel correu até a calçada, colheu o robô do chão e não vacilou um segundo: retornou faceiro para junto do pai, o brinquedo na mão, feito um troféu.. Olhei para o menino atrás da cerca. Estranhamente, ele não falou nada, não gritou, nem reclamou. Ficou apenas olhando seu brinquedo se afastar na mão do outro, os olhos muito arregalados, a boca aberta de aflição.
Muito orgulhoso, o filhinho do catador de papéis mostrou o brinquedo ao pai. O pai olhou. E fez parar a carrocinha. Largou-a encostada ao meio-fio. Levou a mão calosa à cabeça do filho. E se agachou até que os olhos de ambos ficassem no mesmo nível.

A essa altura, eu, estacado no canteiro da rua, não conseguia me mover. Queria ver o desfecho da cena. O pai começou a falar com o menino. Falava devagar, com o olhar grave, mas não parecia nervoso. Explicava algo com paciência e seriedade. O menino abaixou a cabeça, envergonhado, e o pai ergueu-lhe o queixo com os nós do dedo indicador. Falou mais uma ou duas frases, até que o filho balançou a cabeça em concordância.

A seguir, o menino saiu correndo em direção à creche. Parou na grade, em frente ao outro garoto. Esticou o braço. E, em silêncio, devolveu-lhe o brinquedo. Voltou correndo para o pai, que lhe enviou um sorriso e levantou a carrocinha outra vez. Seguiram em frente, o pai forcejando, o filho ao lado, agora não saltitante, mas pensativo, concentrado.
Então, tive certeza: aquele olhar com que o menino observara o pai era mesmo de admiração, ele era de fato o seu herói.

(David Coimbra, jornalista)

15 de dezembro de 2008

Loucura, loucura, loucura!

Olhando hoje cedo para a imagem ao lado (parte de "Alegoria do triunfo de Vênus", do Ângelo Bronzino), me fez lembrar da quantidade de filmes que já assisti sobre loucos ou loucura.

Foram muitos mesmo!

E o mais curioso: lembro que a maioria deles sempre tratava os loucos como se fossem os verdadeiros donos da verdade. Eles quase sempre sofriam de algum mal (que na verdade, era o seu "dom") e acabavam, inevitavelmente, morrendo no final do filme. Em suas mentes, sempre havia uma teoria conspiratória - que sempre se confirmava!

Sério, acho esse tipo de filme impressionante. Primeiro pela coragem do diretor (tem que ser corajoso!). Segundo, pela interpretação dos atores... normalmente eles são esplêndidos! E terceiro, porque esse tipo de estória me fascina.

Fico imaginando... E SE FOSSE VERDADE? E se estivéssemos sendo controlados por algumas pessoas ou órgãos, e se eles estivessem construindo a realidade (Matrix, risos) para que nós enxergássemos somente o que eles querem que enxerguemos? E se as pessoas que descobrissem isso tudo fossem rotuladas de "loucas", nelas fosse posta uma camisa-de-força e fossem jogadas no escuro, com tratamento de choque (literalmente) e remédios sedativos?

Ao longo da história como nós conhecemos, as definições para "loucura" foram uma mudança perene (?). Na visão de Homero, os homens não passariam de bonecos à mercê dos deuses e teriam, por isso, seu destino conduzido pelos "moiras", o que criava uma aparência de estarem possuídos - à qual os gregos chamaram "mania" (daí a origem da palavra).

Para Sócrates, este fato geraria quatro tipos de loucuras: a profética, em que os deuses se comunicariam com os homens possuindo o corpo de um deles, o oráculo; a ritual, em que o louco se via conduzido ao êxtase através de danças e rituais, ao fim dos quais seria possuído por uma força exterior; a loucura amorosa, produzida por Afrodite; e a loucura poética, produzida pelas musas (vide Mitologia Grega).

Já eu, trato a loucura um pouco diferente disso tudo. Nunca conviví com um "louco" de verdade, mas não acho que lidaria tão mal assim (principalmente com uma ninfomaníaca, risos). Acho que a loucura efetiva, deixou de ser o oposto à razão (ou a sua ausência), e passou a ser pensada como parte da pessoa, o "insconsciente vivo" de cada um. A razão, aliás, só se realiza com um pouco de loucura, não é mesmo?

14 de dezembro de 2008

E eu com esses números!

"Última edição do Guiness Book, corações a mais de mil... e eu com esses números!"

Não, esse post não é sobre a música "Números", dos Engenheiros do Hawaii, composta pelo Humberto Gessinger em meados de 1999 (não lembro direito a data). É justamente para falar sobre a origem dos números.

Os números, da forma como nós escrevemos, são compostos por algarismos, chamados "algarismos arábicos" (1, 2, 3, 4, etc.). São chamados assim para distingüir dos algarismos romanos (I, II, III, IV, etc.). Foram os árabes que popularizaram estes números, mas sua origem remonta aos comerciantes fenícios, que os usavam para fazer as suas contas e fecharem suas contabilidades comerciais nos finais de dia.

Mas já te perguntaste por que o 1 se chama "um", o 2 se chama "dois", o 3, "três, e assim por diante? Qual a lógica disso tudo?

São os ângulos!

Os números arábicos, escritos em suas formas primitivas, tinham o número de ângulos equivalente ao próprio número, ou seja, quanto mais ângulos, maior era o número!

Escreva os números arábicos em um papel e conte o número de ângulos de cada um deles... é impressionante!

(Obs.: este post é somente para fazer o leitor pensar mais um pouco sobre o que as crianças de hoje estão aprendendo nas escolas. Para elas, é ensinada a matemática "por osmose". A criança não aprende a fazer contas, na verdade ela "se acostuma" a fazê-las, através de trocentos exercícios. Não é ensinado que o processo de contagem TAMBÉM é uma função matemática, e que basta entender o funcionamento da função para executar qualquer cálculo matemático.)

12 de dezembro de 2008

Fisolofando!

Bom dia!

Como disse um economista, num fórum, sobre a crise mundial:

"(...) os banqueiros armaram o sistema de maneira tal que se eles quebrarem, todos pagam o pato. Isso ESTÁ acontecendo e não é apenas os banqueiros a terem os rabos quentes. Em resumo, os ricos fizeram uma espécie de seguro riqueza: se eles perdem dinheiro, os pobres também acabam perdendo, desta maneira continuam no topo da cadeia, e conservam seu poder".

Que belo liberalismo econômico, hein?

Enquanto nossa cultura impõe a sobrevivência das empresas em primeiro lugar, jamais teremos justiça em qualquer âmbito (que envolva as corporações, óbvio). É simples: se tudo for feito, alguém AQUÉM queimará as mãos com a batata quente! AQUÉM do poder estão os cidadãos no geral, meros escravos de um sistema indestrutível. Quando o sistema é sólido, ele é perigoso.

Existe perigo na perenidade. No ciclo da natureza tudo tem início e fim, adiar o fim é perturbar o sistema.

11 de dezembro de 2008

Manifestações e copa do mundo



Vejam as manifestações na Grécia: lá, quando a coisa vai mal, eles protestam, queimam, exigem.

Aqui a gente acompanha "A Favorita". (risos)

Isso é pura falta de identidade. Não existe nação.

E notando que nesse pedacinho do mundo, cada um corre atrás dos seus interesses, mesmo que eles causem algum tipo de problema para os outros, só podemos concordar que POVO BRASILEIRO só existe em Copa do Mundo mesmo.

7 de dezembro de 2008

Primeira do singular

Putz, hoje quando acordei foi que me dei conta: eu precisava disso.

Sabe quando a gente revive a adolescência? Pois é.

Acho que o certo não é se acostumar com a vida que a gente leva. Os grandes nomes da história agiam assim: nada mais eram do que grandes desconformados. E hoje quando acordei, notei que eu estava sendo exatamente o contrário: um grande conformado com tudo. Principalmente comigo mesmo.

Na nossa adolescência, normalmente tendemos a incorporar esse "espírito" peleador, discutir o funcionamento das coisas, etc. Acho que é justamente nesse ponto que as pessoas criam (ou deveriam criar) o olhar crítico sobre tudo. É o nascimento dos "por quês"!

Mas parece que, durante essa mesma adolescência, falta alguma coisa. Experiência? Talvez. Tem certas coisas que só a vida nos ensina, e que dinheiro nenhum no mundo compra.

Esses dias eu estava lendo um livro, e tinha um trecho que dizia mais ou menos assim:

"[...] é muito mais fácil estar à beira de ser alguma coisa, do que ser aquilo de fato".

Mudando um pouco a frase - sem perder o sentido - experimente trocar o verbo "ser" pelo verbo "conseguir", na frase acima: bingo!

5 de dezembro de 2008

Carta do Zé agricultor

Luis, quanto tempo!

Sou o Zé, seu colega de ginásio, que chegava sempre atrasado, pois a Kombi que pegava no ponto perto do sítio atrasava um pouco. Lembra né, o do sapato sujo. A professora nunca entendeu que tinha de caminhá 4 km até o ponto da Kombi na ida e volta, e o sapato acabava sujando. Lembra? Se não, sou o Zé com sono... hehe. A Kombi parava às onze da noite no ponto de volta, e com a caminhada ia dormí lá pela uma, e o pai precisava de ajuda para ordenhá as vaca às 5h30 toda manhã. Dava um sono. Agora lembra, né Luis?

Pois é. Tô pensando em mudá aí com você. Não que seja ruim o sítio, aqui é uma maravilha. Mato, passarinho, ar bom. Só que acho que tô estragando a vida de você Luis, e teus amigo aí na cidade. Tô vendo todo mundo fala que nóis da agricultura estamo destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sitio do pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que pará de estuda) fica só a meia hora ai da Capital, e depois dos 4 km a pé, só 10 minuto da sede do município. Mas continuo sem luz porque os poste não podem passar por uma tal de APPA que criaram aqui. A água vem do poço, uma maravilha, mas um homem veio e falo que tenho que faze uma outorga e pagá uma taxa de uso, porque a água vai acabá. Se falô, deve ser verdade.

Pra ajudá com as 12 vaca de leite (o pai foi, né...) contratei o Juca, filho do vizinho. Carteira assinada, salário mínimo, morava no fundo de casa, comia com a gente, tudo de bão. Mas também veio outro homem aqui, e falo que se o Juca fosse ordenhá às 5:30h, tinha que recebê mais, e não podia trabalhá sábado e domingo (mas as vaca não param de fazê leite no fim de semana). Também visitô a casinha dele, e disse que o beliche tava 2 cm menor do que devia, e a lâmpada (tenho gerador, não te contei!) que estava em cima do fogão era do tipo que se esquentasse podia explodí (não entendi). A comida que nóis fazia junto tinha que fazê parte do salário dele. Bom, Luis, tive que pedí pro Juca voltá pra casa, desempregado, mas protegido agora pelo tal homem. Só que acho que não deu certo, soube que foi preso na cidade roubando comida. Do tal homem que veio protegê ele, eu não sei se tava junto.

Na Capital também é assim né, Luis? Tua empregada vai pra uma casa boa toda noite, de carro, tranqüila. Você não deixa ela morá nas tal favela, ou beira de rio, porque senão te multam ou o homem vai aí mandar você dar casa boa, e um montão de outras coisa. É tudo igual aí, né?

Mas agora, eu e a Maria (lembra dela, casei) fazemo a ordenha às 5:30h, levamo o leite de carroça até onde era o ponto da Kombi, e a cooperativa pega todo dia, se não chovê. Se chovê, perco o leite e dô pros porco.

Té que o Juca fez economia pra nóis, pois antes me sobrava só um salário por mês, e agora eu e Maria temos sobrado dois salário por mês. Melhorô. Os porco não, pois também veio outro homem e disse que a distância do Rio não podia ser 20 metro e tinha que derrubá tudo e fazer a 30 metro. Também colocá umas coisa pra protegê o rio. Achei que ele tava certo e disse que ia fazê, e sozinho ia demorá uns trinta dia, só que mesmo assim ele me multô, e pra pagá vendi os porco e a pocilga, e fiquei só com as vaca. O promotor disse que desta vez por este crime não vai me prendê, e fez eu dá cesta básica pro orfanato.

Ô Luis, aí quando vocês sujam o rio também paga multa né? Agora a água do poço posso pagá, mas tô preocupado com a água do rio. Todo ele aqui deve ser como na tua cidade Luis, protegido, tem mato dos dois lado, as vaca não chegam nele, não tem erosão, a pocilga acabo... só que algo tá errado, pois ele fede e a água é preta e já subi o rio até a divisa da Capital, e ele vem todo sujo e fedendo aí da tua terra.

Mas vocês não fazem isto né Luis. Pois aqui a multa é grande, e dá prisão. Cortá árvore então, vige. Tinha uma árvore grande que murchô e ia morrê, então pedí pra eu tirá, aproveitá a madeira pois até podia cair em cima da casa. Como ninguém respondeu aí do escritório que fui, pedí na Capital (não tem aqui não), depois de uns 8 mês, quando a árvore morreu e tava apodrecendo, resolvi tirar, e veja Luis, no outro dia já tinha um fiscal aqui e levei uma multa. Acho que desta vez me prende.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova Lei vai dá multa de 500,00 a 20.000,00 por hectare e por dia da propriedade que tenha algo errado por aqui. Calculei por 500,00 e vi que perco o sítio em uma semana. Então é melhor vendê, e ir morá onde todo mundo cuida da ecologia, pois não tem multa aí. Tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazê nada errado, só falei das coisa por ter certeza que a Lei é pra todos nóis.

E vou morar com você, Luis. Mas fique tranqüilo, vou usá o dinheiro primeiro pra comprá aquela coisa branca, a geladeira, que aqui no sitio eu encho com tudo que produzo na roça, no pomar, com as vaquinha, e aí na cidade, diz que é fácil, é só abri e a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nóis, os criminoso aqui da roça.

Até Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas não conte até eu vendê o sitio.


(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desiqual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

4 de dezembro de 2008

1 de dezembro de 2008

Slideshow

Vamos brincar de slideshow?

É comum, garanto que já viste estas imagens antes. Quem sabe até já te acostumaste com elas.

Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Isso, aquelas com moscas nos olhos... os slides se sucedem. Êxodos de populações inteiras. Gente faminta.

Gente pobre. Gente sem futuro.

Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em alguns livros de fotógrafos renomados.

São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais.

A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá, sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.

Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo. Resolver tudo, do u understand? Extingüir! Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta!

Não sei como calcularam este número, mas digamos que ele esteja subestimado. Digamos que na verdade seja o dobro. Ou o triplo, que seja. Com 120 bilhões, o mundo seria um lugar mais justo.

Não houve passeata, discurso político, ou filosófico, ou foto, ou o diabo que sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse. Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia: Bancos e investidores, como sempre!

29 de novembro de 2008

Sobre as enchentes

Recebi um e-mail perguntando se eu não iria escrever nada sobre as enchentes, que estão produzindo uma situação MUITO desesperadora em algumas cidades de Santa Catarina. Na bem da verdade, não tenho o que dizer. Somente lamento profundamente que o Brasil, um grande e rico país, não está preparado para salvar seus cidadãos da chuva - algo que nos atinge desde que fomos feitos gente.

É desolador. Cada vez que nos chega a vez de um novo descalabro da natureza, aumenta a dor e também a impaciência. E a pergunta a que ninguém quer responder, embora todos nós saibamos que tem resposta: até quando viveremos (ou viverão os mais pobres) à mercê da chuva, do vento, da seca, quando sabemos que todos esses fenómenos têm solução numa organização humana da existência? Até quando olharemos para outro lado, como se o ser humano não fosse importante? Estas várias pessoas que morreram em Santa Catarina, neste Brasil onde estou agora, não tinham que ter morrido por esta morte. E isto, todos nós sabemos e temos uma parcela de culpa.

Nos resta esperar que o governo mobilize todas as possíveis forças para ajudar seus cidadãos, nossos companheiros de pátria.

11 de novembro de 2008

Vou processar o Brasil!

Por danos morais!

Vou acusar o Brasil, que acaba com as esperanças de um lugar melhor para a população brasileira e coloca em minha mente planos quase que criminosos para suprir a minha necessidade de sobreviver. É isso mesmo! Se algum dia eu for preso, irei culpar o Brasil!

Celso Pitta pedirá indenização de R$ 830 mil por danos morais sofridos na Satiagraha

É assim, infelizmente. Quem tem muito dinheiro, pede indenização e ganha muito mais dinheiro. Quem é pobre, se ferra para comprar comida.

Parabéns, pátria mãe-gentil! Êta país tosco e porco de se viver! Você não está no caminho certo! Acabaremos indo à bancarrota moral em um dia qualquer desses!

5 de novembro de 2008

Obama neles!

Eu estou feliz por ele. Felicíssimo!

O novo "dono do mundo" não é o cara, mas é beeeeem melhor que o tal de McCain. E nós, que alimentamos nossos egos com migalhas, jamais poderemos imaginar como é ser uma das mais importantes figuras da civilização, e por QUATRO ANOS.

Imaginem: o homem pisou na lua, o muro de Berlim tombou, a América foi invadida pelos europeus, e hoje mais um momento de história foi cravado. É mais um passo da decadência do maior Estado que já se viu. Porém, a queda será muito mais humana e digna do que com qualquer outra possibilidade.

Obama veio para mudar os Estados Unidos. Se ele tiver sucesso, será o fim daquele país como o conhecemos. Surgirá das entranhas um país mais forte.

A nós, resta acompanharmos os próximos desdobramentos de uma espécie que, diante de todas as outras, foi a qual mais evoluiu, dominou o planeta e se organizou. Agora num mundo mais multifacetado, mais conectado e com vários poderes, viveremos. Obama como líder de um deles.

Pega eles, Obama!

18 de setembro de 2008

Quarenta coisas que um homem pelado não pode ouvir

1. Eu já fumei cigarros mais grossos que isso.

2. Ahhh, que meigo.

3. Nós poderíamos apenas ficar abraçados.

4. Você sabia que tem uma cirurgia para consertar isso?

6. Posso desenhar aquela carinha feliz nele?

7. Uau, e seu pé era tão grande.

8. Tudo bem, nós vamos trabalhar em cima disso 

9. Ele vai fazer algum som se eu apertá-lo?

10. Ai, de repente me deu uma dor de cabeça...

11. (ri e aponta)

12. Posso ser honesta com você?

13. Que lindo, você trouxe incenso...

14. Isso explica o seu carro.

15. Talvez se a gente regar ele cresce.

16. Por que Deus está me punindo?

17. Pelo menos isso não vai demorar muito.

18. Eu nunca vi nada igual a isso antes.

19. Mas ele ainda funciona, né?

20. Ele tá parecendo um pouquinho usado.

21. Talvez ele tenha uma aparência melhor na luz natural.

22. Por que nós não pulamos direto pra parte do cigarro?

23. Você está com frio?

24. Se você me embebedar primeiro...

25. Mas como "já está duro"?

26. O que é isso???

27. Sorte sua que você tem muitos outros talentos.

28. Ele vem com um compressor de ar?

29. Isso tá parecendo isca de peixe.

30. Então é por isso que você sempre julga as pessoas pela personalidade.

31. Se eu tocar uma flauta adianta alguma coisa?

32. Será que hoje ele está de folga e não avisou?

33. Ele se encolhe quando está com medo?

34. Credo...

35. E depois dizem que é a nossa que cheira a peixe...

36. Posso chacoalhar?

37. O que acontece se eu puxar aqui?

38. E você ainda usa uma peça de roupa a mais só pra segurar isso?

39. Tadinho!

40. Oi, bilau! Será que vc pode chamar o seu pai?

9 de setembro de 2008

A Carona

Buenas!
Aconteceu comigo. Juro.

Meados de 2002, eu trabalhava numa empresa de informática em Bagé. Era o técnico responsável, então quem lidava com quase todos os casos problemáticos dos clientes (que já são problemáticos) e dos que, ocasionalmente, os estagiários (também ocasionais) provocavam.

Na época, ADSL era uma coisa muito recente, e poucos tinham o conhecimento do que se tratava. Como eu tinha realizado um treinamento no Paraná, éramos os únicos na cidade que sabíamos lidar com a tecnologia.

Foi então que fomos contratados para refazermos toda a estrutura de redes e internet de uma revenda muito conhecida de carros novos e usados. De tão conhecida, o dono estava sendo aclamado prefeito de Bagé com dois anos de antecedência... ô vida!
Feito o trabalho, após um final de semana inteiro, fomos pra casa. Na segunda-feira pós-final-de-semana-perdido, quando chegávamos na empresa novamente, eis que escutamos um breve recado na secretária eletrônica: o mesmo dono queria que nós fizéssemos o mesmo serviço na revenda da cidade de São Gabriel! Realmente pude me gabar: como eu trabalho bem (tri convencido, né!)!

Acertamos tudo: no outro dia, às 4:45h da manhã, o Eduardo passaria na minha casa pra me buscar e me levar para São Gabriel, numa van verde. Tudo certinho, tim-tim por tim-tim.

Era o que eu achava!

4:45h da manhã, quando estava abrindo a porta da frente da minha casa, vejo uma van verde passando bem devagarinho pela minha rua. Pensei comigo: é o Eduardo!
Gritei:

- Ooooopa! - Paraí que já tô indo!

E fechei a porta rapidinho, antes que ele me deixasse por ali.

Quando cheguei na porta da van, perguntei:
- Tu que és o Eduardo?
E o motorista:
- Sim, sou o Luís Eduardo.

Tudo bem, então entrei. Mas na porta vi que a van estava completamente LOTADA, exceto por um único lugarzinho láááá no fundo, perto do motor. Nota: Lotada de IDOSOS, homens e mulheres... completamente CARECAS. Tranqüilo, não dei bola e fui pro único lugar que sobrava.

Acabei pegando no sono. Afinal, não estava acostumado a levantar todos os dias a esse horário. Só que no meio do caminho, eu via a van andando por ruas de chão batido, cheias de buraco... e em cada buraco, a minha cabeça batia no vidro da janela, e eu me acordava. Num desses malditos buracos, eu escutei uns velhinhos conversando: - Ah, o meu é maligno, mas eu dou conta dele! E o teu? -Ah, o meu é benigno, mas nem tô. Estranho, mas vamos em frente, até porque o motorista pode simplesmente estar realizando um ato de caridade e dando uma carona para estes idosos carecas, o que não é nada fora do normal, não é mesmo?

Foi quando me acordei pela última vez, e a van estava passando por um quebra-molas. Quando olhei a cidade pela janela, vi que eu conhecia aquela cidade, só não estava me recordando qual era... e isso tudo era muito estranho, visto que eu não conhecia São Gabriel! Quando vejo, a van entrando numa rua estreitinha e estacionando na frente do HOSPITAL DE ONCOLOGIA DE PELOTAS. Pensei: de repente estamos fazendo uma breve escala por Pelotas antes de chegarmos a São Gabriel. Começaram a descer os velhinhos... descendo... descendo... até que só sobrei eu dentro da van. Quando o motorista, o Luis Eduardo, me viu bem sentado dentro da van, abriu a porta da van, colocou a cabeça pra dentro e disse, com o cenho franzido:
- E tu, vais pra onde?
- Ué, eu vou pra São Gabriel! - respondi, na mesma hora. Que estranho ele não saber!

Eis então que me atiça as vistas...
- Mas tu estás louco? - Essa van é pra trazer quem tem câncer em Bagé pra fazer tratamento em Pelotas! Nisso, ele pegou uma lista, que deveria ser a lista de passageiros, enquanto perguntava meu nome...
- É... realmente não tem nenhum Vitor aqui. - Puxa vida, eu te trouxe e deixei a Dona Rosana! - Mas tu és um abobado!
- Abobado é tu que me confundiu com uma mulher! - respondi.
- Tu não és o Eduardo da concessionária Chevrolet? - perguntei.
- Não! Sou o Luis Eduardo do hospital! - ele respondeu.

E foi assim. Depois disso, descobri que ele só voltaria pra Bagé de tardezinha (eram 9h da manhã), e que teria que dar um jeito de voltar. A minha sorte era que eu tinha recebido meu ordenado no dia anterior, e andava com o bolso "recheado" (de moedas, claro). Caminhei alguns quilômetros até a rodoviária e peguei o ônibus de volta pra Bagé, normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Obs. 1:
Quando entrei na van, um senhor já de idade (careca, óbvio), me perguntou:
- Vais consultar lá?
E eu respondi:
- Não, não... vou fazer uma rede.
Ele deve ter pensado que já tinha afetado o meu cérebro... a coisa devia estar séria.

Obs. 2:
Minha mãe disse que, logo depois que eu saí, bateram lá em casa. Era um senhor, numa van verde, procurando por mim. A minha mãe respondeu:
- Ué, o Vitor foi pra São Gabriel.
E o Eduardo:
- Mas como, se eu que vim buscar ele?

Hehe, aconteceu comigo. Peguei carona numa van que carregava pessoas com câncer, para fazerem quimioterapia em Pelotas.

5 de setembro de 2008

A cabana

Hoje finalizei mais um livro: A Cabana.

Há duas semanas atrás, quando enxerguei-o na prateleira da livraria, logo gostei da capa. Não sei bem o porquê (talvez até nem tenha explicação), mas sou fascinado por capas. Acho simplesmente que elas são a chave do sucesso de um livro ou de um filme. Na capa, óbvio, aparece uma cabana. Mas não uma cabana simples, como imaginaríamos naquele mundo irreal e utópico: uma cabana muito velha e bem destruída pela ação incansável e diária do tempo. O fundo é a noite, em um preto azulado, com o céu repleto de estrelas cintilantes, e dá para perceber que está nevando, pois o chão do lado de fora da cabana está branquinho, branquinho.

Bom, a história do livro é a seguinte:

A personagem principal, Mackenzie (chamado de Mack), é um senhor, pai de família, conciliador e "de bem com a vida". Até um final de semana que tenderia a ser normal: viagem com as crianças para o que eu imagino que seja uma reserva ambiental, com grandes planícies e árvores verdes, riachos e monitores (pessoas) cuidando do meio-ambiente.

Quando menos se espera, Mack surpreende-se, após um bom pedaço do livro, com sua filha mais nova, Missy, sendo raptada e brutalmente assassinada por um maníaco.

Após este fato, Mack simplesmente mudou. A "Grande Tristeza", como ele mesmo se refere, instaurou-se na vida dele e virou sua companheira - de fato. Até que um dia ele recebe, em sua caixa de correio, um bilhete, chamando-o para um encontro - NA CABANA. E o mais estranho: assinado, simplesmente, por DEUS.

É isso mesmo. Deus.

O que Mack encontrou na cabana, não parece que vá chamar a atenção e prender o leitor realmente. Eu mesmo achava isto quando comecei a ler o livro. Mas simplesmente este livro modificou meus olhos, ou o jeito que eu enxergo o mundo. Aconselho todo mundo a lê-lo, e a distribuir, dar de presente a quem quer que seja. É uma história verídica, narrada pelo próprio Mack, que vale a pena ler. É daqueles livros que servem de lição, PARA O RESTO DA VIDA.

29 de agosto de 2008

Internet? Isso morde?

Após alguns meses de fora, cá estou novamente... e a todo vapor!

Antes de mais nada, quero começar com uma pequena afirmação: se você está lendo este blog, certamente é porque já está "familiarizado" com a Internet.

Certo?

Ledo engano! Essa rede é surpreendente, e veremos o porquê nas próximas linhas. Aposto que o modo como você enxerga a rede vai mudar completamente daqui a alguns minutos (prometo que vou me esforçar para que isto aconteça)!

Logo que conhecemos a grande rede, descobrimos que temos acesso a qualquer parte do mundo com apenas poucos cliques. Conforme o tempo vai passando, acabamos por nos acostumar com alguns poucos saites que mais nos agradam, e visitamos somente esses. E se estes sitas são estáticos, ou seja, as informações contidas neles, não mudam ou mudam pouco? A internet se torna obsoleta?

Outro ledo engano! Visitar saites de notícias diariamente, hoje em dia é o que chamamos de "reinventar a roda". Com o advento dos Feeds RSS, adicionamos vários saites de notícias a um mesmo site, e quando estas notícias forem atualizadas, recebemos na nossa página de Feeds, diretamente, a atualização de mão beijada, saindo do forno!

E sobre o Google? Ah, eles ainda vão dominar o mundo! É inovação todos os dias! Simplesmente, estamos vivenciando o maior fenômeno da informática desde a invenção do computador pessoal. Nossos netos nascerão conhecendo o Google, podem acreditar. Com o Google Docs, todos os nossos documentos, planilhas, apresentações de slides, etc., são escritas e/ou editadas e guardadas "virtualmente" num dos servidores do Google. E vocês se perguntam: qual a vantagem nisso? A resposta é mais simples do que o próprio serviço: seus documentos estarão disponíveis EM QUALQUER LUGAR DO PLANETA, sem precisar carregar pen-drives, mp3 ou diabo a quatro, basta que você acesse o Google e entre com a sua senha. Simples assim!

E o Google Earth? Simplesmente fantástico. Semana passada, por exemplo, sobrevoei a Torre Eiffel, as pirâmides e a grande esfinge do Egito, o estádio do A.C. Milan e a Torre de Pisa, na Itália, e o campo do Guarany, de Bagé (RS). Tudo sem sair do sofá, com o notebook no colo, via satélite. Simplesmente um absurdo. Não parando por aí, agora eles inventaram o tal de "Google Street View". Através dele, não só podemos "sobrevoar" o mundo inteiro via satélite, mas andar pelas ruas como se estivéssemos nelas, de fato!

Chega a dar medo o avanço em escala industrial da tecnologia nos últimos anos. Estudamos diariamente novas tecnologias, e sempre estamos desatualizados! Mas essa internet...

2 de maio de 2008

Business Intelligence

Atualmente, um dos principais conceitos disponíveis, com relação à gestão empresarial, é o Business Intelligence (ou simplesmente BI).

Inteligência é o resultado de um processo que começa com a coleta de dados. Esses dados são organizados e transformados em informações, que depois de analisadas e contextualizadas, se transformam em inteligência. Essa, por sua vez, quando aplicada a processos de decisão, geram vantagem competitiva para a organização.

Conhecimento do negócio na era da competição global e das comunicações on-line, passou a ser chamado de Business Intelligence (BI) ou Inteligência de Negócios (IN).

Sistema de Inteligência de Negógios - SIN é o processo organizacional pelo qual a informação é sistematicamente coletada, analisada e disseminada como inteligência aos usuários que possam tomar ações a partir dela.

SIN é um processo que envolve a coleta, análise e validação de informações sobre concorrentes, clientes, fornecedores, candidatos potenciais à aquisição, candidatos à joint-venture e alianças estratégicas. Inclui também eventos econômicos, reguladores e políticos que tenham impacto sobre os negócios da empresa. O processo de BI analisa e valida todas essas informações e as transforma em conhecimento estratégico.



Benefícios de um Sistema formal de Business Intelligence:

· Antecipar mudanças no mercado;
· Antecipar ações dos competidores;
· Descobrir novos ou potenciais competidores;
· Aprender com os sucessos e as falhas dos outros;
· Conhecer melhor suas possíveis aquisições ou parceiros;
· Conhecer novas tecnologias, produtos ou processos que tenham impacto no seu negócio;
· Entrar em novos negócios ;
· Rever suas próprias práticas de negócio;
· Auxiliar na implementação de novas ferramentas gerenciais.



O principal objetivo de um SIN é aprender sobre o ambiente competitivo externo, visando o conhecimento do posicionamento competitivo da empresa, o que impulsionará mudanças internas e facilitará decisões estratégicas.

Business Intelligence é a utilização de uma série de ferramentas para coletar, analisar e extrair Informações, que serão utilizadas no auxílio ao processo de gestão e tomadas de decisão.

Fazem parte dos pacotes de Business Intelligence existentes: o Datawarehouse (DW), Sistemas de gestão integrados (ERP), ferramentas OLAP, Data Mining, Data Mart, CRM, Metadados, dentre outros.

17 de abril de 2008

Fim do mundo em 2012?

É... os criadores de uma rede de computadores que garante ser capaz de cruzar informações e predizer os rumos das bolsas e mercados afirmam ter descoberto também que podem prever outros acontecimentos, como aconteceu nos ataques de 11 de setembro, e agora crêem que outra catástrofe deve acontecer em quatro anos.

Muitos sites na Internet têm data e hora para o fim do mundo, o qual não estaria muito distante. Projetos de “redes bots” (rede de computadores sob controle de um hacker) prevêem que em 2012 ocorrerá uma catástrofe sem precedentes na história da humanidade, de acordo com informações do Terra Chile.

Esta intrigante tecnologia surgiu no fim dos anos noventa, quando a Internet começava a se popularizar. Entre diferentes sistemas, o principal é o Web Bot Project, cujo objetivo inicial era programar um método conhecido como web spidering para navegar na rede, buscando palavras ou números que poderiam relacionar-se e, desse modo, prever uma alta ou baixa de ações na bolsa de valores.

O mesmo tipo de técnica é comumente usado por mecanismos de busca para automatizar e melhorar os processos de pesquisa na Internet. O problema é que ela é utilizada hoje também para bots malignos e atividades fraudulentas. O objetivo de quem os cria é que os usuários acessem as redes bot e, sem saber, baixem um código malicioso. O conteúdo de sites é copiado para ser usado em fraudes phishing, envio de spam e ataques DDoS (ataques distribuídos de negação de serviço).

Segundo o Web Bot Project, as redes bots não apenas são capazes de anunciar movimentos futuros da bolsa, mas também acontecimentos de outro tipo. Em julho de 2001, o Web Bot Project informou que um fato ocorreria nos Estados Unidos, modificando os rumos da política mundial. Em 11 de setembro do mesmo ano, grupos terroristas derrubaram as Torres Gêmeas de Nova York e atacaram o Pentágono em Washington.

Agora o mesmo Web Bot Project detectou que outro fato de conseqüências devastadoras pode ocorrer em 2012, mas não determina que tipo de acontecimento seria este.


Coincidência com o calendário maia e as notícias da NASA do derretimento total das calotas de gelo do pólo norte e do alinhamento da Terra, do Sol e do centro da galáxia?

29 de março de 2008

Me tira desse lugar

Passava de carro por uma rua dessas, fora do centro da cidade, quando vi um casal bem jovem de namorados, namorando. Estavam sentados em um banco de praça, como como acontece desde que o mundo é mundo e desde que existem bancos em praças.

Peja janela do carro, numa fração de segundo, vi que o casal estava abraçado. O rapaz, que era novo, olhava para o nada, bem longe... e a mocinha, ainda mais nova e de cabelos longos, cabisbaixa e triste, cutucava o chão com a ponta do sapato procurava algo.

Talvez um buraco para se enfiar e ficar lá para todo o sempre.

Quando vi a triste cena, comecei a imaginar uma conclusão para essa história:
A menina está triste, ela quer ir embora desse lugar, desse fim de mundo que é o subúrbio onde mora. E ela pede ao namorado:

- Me leva daqui, me tira desse lugar, me roube da casa de meus pais e me leve daqui! – Começa a soluçar e chorar baixinho, enxugando as lágrimas nos sedosos e negros cabelos... Ela não tem outro sonho que não seja o de sumir dali. Mas o rapaz, penso eu, explica que o que ganha no emprego de ajudante (não explica para a menina ajudante de quê), não pode nem se sustentar, quanto mais sustentar a eles dois. Tenta fazê-la entender, mas...

Acho que cheguei tarde e, quando os vi, já haviam dado um fim ao namoro, aos sonhos e ilusões, por isso ele olhava para o nada e ela para o chão.

No olhar desolado dos dois eu parecia ler uma placa dizendo:
Não há futuro no subúrbio! (com ponto de exclamação mesmo)

Mas posso estar somente divagando, afinal passei voando pelo casalzinho. Talvez estivessem só decidindo onde passar o resto do domingo, se num shopping ou passeando de mãos dadas pela praia...

Sei lá o que decidiram, mas eu preciso parar de divagar desse jeito...

11 de março de 2008

Salim

Todo dia, durante anos, quando Salim chegava em casa, sua doméstica
Jacira servia o jantar e ia tomar banho.
Até que um dia, Salim estava jantando e ficou ouvindo o barulho da
água, pensando na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Mastigava a comida e pensava na Jacira tomando banho...
Até que se levantou da mesa e foi até o banheiro.
Bateu na porta:
- Jacira, você está tomando banho?
- Estou sim seu Salim.
- Jacira, abre a porta pra Salim.
- Mas seu Salim, estou nua!
- Jacira, abre a porta pra Salim.
Jacira não resiste e acaba abrindo a porta.
Salim entra no banheiro, vê a Jacira nua e pergunta:
- Jacira, quer foder com Salim?
- Mas seu Salim... eu não sei...
- Jacira, quer foder com Salim?
- Sim, quero sim, seu Salim, pode vir que sou toda sua...
Então Salim põe a mão no registro e diz:
- Não vai foder Salim não!!! Chega de gastar água!

15 de janeiro de 2008

Moais

Em meados de 1722, num domingo de páscoa, o relógio marcava 18h. A bordo do navio "Afrikaanske Galei", os marinheiros trabalhavam normalmente. Há quatro meses e meio, tinham levado ferro da Holanda em viagem de exploração e comércio e, fora o rápido combate com um grande galeão espanhol (que tinha deixado para trás graças a sua superior velocidade), tudo havia corrido ao gosto do comandante, comodoro Jacob Roggeveen. De súbito, o vigia grita:

- Terra à vista!

Então o navio começa a se aproximar de uma ilha não assinalada no mapa. Com a pouca luz do entardecer, chegam em tempo de avistar no litoral, sobre longas muralhas de pedra, enormes gigantes que parecem dispostos a evitar o desembarque. Então Roggeveen manda ancorar longe da costa e decide esperar pelo amanhecer para tomar uma decisão.

Quando o dia clareia, os europeus têm a sua segunda surpresa. Os gigantes permaneciam parados! Com o auxílio de óculos de alcance, foi possível avistar gente de tamanho normal se movendo entre eles.

Eram estátuas! Estátuas colossais, de mais ou menos 5 metros de altura, reinando em silêncio toda a ilha do Pacífico, desafiando constantemente a ciência.

Como explicar o transporte delas, chamadas "Moais"? Até hoje, ninguém soube responder a esse questionamento.

Existem hieróglifos espalhados por toda a ilha e que, se fossem decifrados, poderiam revelar muito do que até hoje nós desconhecemos, com certeza. Fica o questionamento: Quem e que ferramentas foram usadas na construção daquelas estátuas? Ou fomos auxiliados por seres inteligentes de outra galáxia/dimensão, ou tivemos uma grande catástrofe da qual esquecemos tudo e recomeçamos da estaca zero...

Tche, mas o que mais me intriga é a idéia de que, os supostos "nativos", tenham construído as estátuas para funcionarem como pára-raios! É de arrepiar!

Pensem comigo:
Vamos nos ater, inicialmente, aos equipamentos primitivos de computação. Como exemplo, podemos pegar o ábaco, uma tábua de cálculos criada pelos chineses. Traçando uma linha genealógica, chegamos ao "quipu", que era utilizado pelos Incas, que era feito de fios, mas que possuía a mesma finalidade. No rastro do quipu, chegamos a "Rapa Mui", que descobrimos ser o nome nativo da Ilha de Páscoa (aquela mesma, descoberta em 1722!)!

Até então, as gigantescas estátuas haviam sido estudadas apenas por antropólogos e etnólogos, que viam nelas um sentido místico: teriam poderes mágicos (os nativos diziam que quem tocasse na sua cabeça, morria) e, ao mesmo tempo, seriam uma homeganem aos seus ancestrais. Mas estavam enganados! Pela disposição das estátuas, podemos concluir que as estátuas com chapéu atraíam todas as descargas elétricas, que eram absorvidas e distribuídas pelo "corpo", sem danificá-las! E mais: no escuro, os chapéus, carregados de energia, ficavam iluminados, o que explica os "poderes mágicos" e "as luzes" atribuídas aos Moai. Assim, podemos concluir que os antigos nativos da ilha dominavam o conhecimento prático da Lei de Gauss, pois a função de pára-raios só se tornou possível por causa da forma dos chapéus das estátuas e do material vulcânico-poroso com que elas foram construídos, diferentemente do material do corpo. Se fosse outro material utilizado, elas seriam destruídas logo na primeira descarga elétrica!

14 de janeiro de 2008

(...)

O amor não acaba.
Não se pode amar duas pessoas ao mesmo tempo, e quem ama quer filhos...

Nesse mundo, existem pessoas felizes e pessoas infelizes. E podes ter certeza de que todas elas se questionam. Enquanto umas bebem água da torneira (quando têm água), outras bebem champagne... e se fazem as mesmas indagações!

Se existe uma coisa que unifica todas as pessoas nesse mundo, com certeza são as dúvidas que trazem(os) dentro. Elas se manifestam em silêncio, na forma de úlceras, insônias ou depressões, e até mesmo na forma de câncer. Se manifestam diante das mentiras consensuais.

Mas o que são essas tais "mentiras consensuais"?
Há! Sabia que tu não sabias isso!

Hehehe... mas são aquelas mentiras que todo mundo consentiu em passar adiante como se fosse uma verdade. Às vezes ouvimos de nossos pais, que ouviram de nossos avós e que, automaticamente, passamos para nossos filhos, colaborando assim para o bom andamento do mundo (tudo e todos fazemos parte de um grande ciclo, que se divide em diversos outros ciclos... uns virtuosos, outros viciosos)!

O amor, (um dos) sentimento(s) mais nobre(s) que existe(m), tornou-se a maior vítima deste consenso.

Mentiras consensuais: o amor não acaba, não se pode amar duas pessoas ao mesmo tempo, quem ama quer filhos, quem ama não sente desejo por outro, amor de uma noite só não é amor, o amor requer vida partilhada, amor entre pessoas do mesmo sexo é antinatural.

Tudo mentira!

O amor, como todo sentimento, é livre! É arredio a frases feitas, debocha das regras que tentamos impor! Esta meia dúzia de coordenadas que foram instituídas como verdades fazem com que muitas pessoas achem que estejam "amando errado", quando estão simplesmente amando! Super prejudicial!

Amando pessoas mais jovens, ou mais velhas, ou do mesmo sexo, ou amando pouco, ou amando com exagero... amando um homem casado, ou uma mulher bandida, ou platonicamente, amando e ganhando, todos eles... como se pudéssemos controlar o sentimento! O amor é dono dele mesmo, e nós somos apenas um hospedeiro!

Há outros consensos geradores de angústia: o mito da maternidade, a necessidade de um Deus, a juventude eterna.

Todos os dias descem do ônibus milhares de pessoas que parecem iguais entre si. Porém há entre eles os que não gostam de crianças, os que nunca rezaram, os que estão muito satisfeitos com suas rugas e gorduras, os que não gostam de festas e viagens, os que odeiam futebol, os que viverão até os cem anos fumando, os que conversam telepaticamente com extraterrestres, os ermitões, enfim, os desajustados de um mundo que só oferece um molde (muitas vezes, ele próprio desajustado).

Todos nós, que estamos quites com as verdades concordadas, guardamos, lá no fundinho, uma coisa que nos perturba, que nos convida para um exílio, que revela nossa "porção despatriada" por assim dizer, hehe. É a parte de nós que aceita a existência das "mentiras consensuais".

Entende que é melhor viver de acordo com o estabelecido, mas que, lá no fundinho, não consegue dizer nem amém.

7 de janeiro de 2008

Napoleão... um exemplo a ser seguido!

Tanto Napoleão Bonaparte, como Garibaldi e tantos outros grandes (pseudo) heróis e líderes (inegavelmente), durante as batalhas que travavam, sempre usavam uma camisa de cor vermelha.

Por que?

Porque dessa forma, se fossem feridos, os soldados não notariam seu comandante ferido e continuariam a lutar com o mesmo ímpeto!

* Por mais simplista que possa ser, a liderança não é algo que aprendemos, mas que nasce inerentemente junto de alguns iluminados.

Talvez o grande problema de hoje em dia esteja naqueles que só usam calças de cor marrom, inspirados nos grandes de antigamente.

4 de janeiro de 2008

A Viagem de Théo

Por que milhões de pessoas acreditam em Deus?
Por que tanta gente sente vontade de ter uma vivência espiritual qualquer?
Por que não somos todos ateus?

De perguntas assim surgiu “A viagem de Théo”, um romance sobre as religiões mais praticadas no mundo: catolicismo, judaísmo, budismo, protestantismo e islamismo, entre outras.
Os fundamentos históricos e espirituais de cada religião, suas transformações ao longo do tempo, as lutas contra a intolerância, a construção das figuras divinas, as regras da fé, o sentido dos ritos, as formas coletivas de exercício da espiritualidade... Viajamos na companhia de Théo e Marthe - ele, um adolescente que vive enfiado nos livros e sofre de uma doença grave; ela, uma mulher cosmopolita que esbanja vitalidade.
Juntos eles vão aos principais centros sagrados do mundo (a Bahia é um deles) e, enquanto visitam os templos e participam das festas rituais, oferecem ao leitor a certeza de que as religiões são uma das maiores aventuras que a humanidade já pôde sonhar!

Para quem já leu "O Mundo de Sofia", sobre a história da filosofia, "A Viagem de Théo" segue uma linha parecida, mas com a história das religiões. Muito interessante!