24 de janeiro de 2012

O que as mulheres falam?

Dia desses estava pensando, entre algumas tirinhas de queijo numa tábua, em como a Deborah Secco ficou sem-graça com aquele cabelo curto, sobre o fracasso do Santos perante o Barça, enfim. Foi então que veio a onda filosófica:

As mulheres não falam de futebol nem de mulher. Do quê então elas falam numa mesa de bar, quando estão reunidas?

De fato, intrigante. Um grupo de mulheres, dentro dos seus sumários vestidos de verão, o quê elas falariam depois do "ai, amiga"? Quais seriam os seus interesses?

Mas existe uma pista que é fornecida por nós, os homens. E aqui vos digo: consulte a sua alma, o seu interior mais profundo, consulte os seus instintos mais primevos e responda: quando tu não conheces uma mulher, o que deve dizer ao abordá-la? Comecemos por aí.

Se fizeste essa pergunta ao cerne do teu ser, se foste sincero contigo mesmo, respondeu que é simples: deve-se dizer a ela que ela é de gêmeos.

- Guria, me diz uma coisa só, tu és de gêmeos, não é?

Parece desculpinha fraca pra puxar assunto, né? Mas não é. É como uma jogada do futebol jogado do Barcelona, limpo e claro, que começa na defesa, parte pro meio-campo, se for preciso volta pra defesa, de repente faz um lançamento pro ataque e finda o ciclo. Gol!

A matemática diria que tens 1/12 avos de acertar. Se sim, foi gol de chute de meta. Mas quase nunca funciona assim, de prima. Se ela miar de volta:

- Não... sou de aquário.

Neste caso, deves insistir, com convicção:

- Então o teu ascendente ou a sua lua são de gêmeos. Tem que ser!

Nota que as tuas chances de acertar aumentaram, mas, se ainda assim estiveres errado, se ela disser que não, que a lua dela é touro e o ascendente é em libra, deves sair assim: em primeiro lugar, exclama:

- Bah! Touro e libra juntos são fogo!

Por algum motivo que vais achar na hora, esses dois juntos combinados são fogo. Mas não deves ficar por aí. Precisas argumentar a respeito do palpite do gêmeos. Arremate mantendo a autoridade de sempre (o segredo está na autoridade, procura nos arquivos do blog):

- Achei que tu fosses de gêmeos porque estava te observando enquanto tomava coragem pra pedir o teu nome e o telefone, e vi como te comportas...

Ela vai ficar curiosa, e aí, é meio caminho andado.

- Por quê? Como eu me comporto?

Nesse momento a bola está na risca da área. É a hora do grande lance. Enche os pulmões e dê a estocada:

- É que tu não pareces uma só, entende? Tu pareces duas mulheres. Estás aqui, nessa festa, sorrindo de um jeito tão encantador pra todo mundo, parecendo tão meiga, tão linda, e ao mesmo tempo noto que estás observando a tudo e a todos. A impressão que me dá é que tu sabes o que está ocorrendo na tua volta, entende? Que tens um senso crítico super aguçado. A nítida sensação é que há duas mulheres dentro desse vestido esvoaçante, ou talvez até mais: uma que é doce, outra que é uma fera; uma que afaga, outra que arranha; uma que quer saber o que vai acontecer aqui, nesta noite, e outra que quer sair correndo e voltar pro cantinho, sozinha, tranquila, sem ninguém que te incomode. É isso. É por isso que tu pareces ser de gêmeos. Porque tu és muitas ao mesmo tempo, e eu consegui identificar isso só olhando nos teus olhos. Olha pra mim. Duvido que alguém já tenha olhado nos teus olhos desse jeito.

Pronto. Se souberes desenvolver bem o discurso, é certo que no mínimo ela ficará interessada em ouvir mais. Aí, depende de ti, garotão.

Voltando pro nosso núcleo, por que temos convicção de que essa conversa dará resultado? Porque, no íntimo, tu sabes pelo que as mulheres se interessam: por elas mesmas.

Pensa nas grandes escritoras do mundo. Escreveram sobre suas experiências ou sobre elas mesmas, seus sentimentos, suas almas atormentadas, bibibi. Mulheres, em geral, não fabulam, porque o que elas estão sentindo é muito mais importante do que o resto da humanidade, o planeta, o universo, etc.

Para uma mulher, o que importa no final das contas é o que ela traz por dentro. E olha, ela está certa! O que vai na alma é muito mais importante do que o que acontece no mundo exterior. Fazem bem as mulheres em se preocuparem com suas coisas.

21 de janeiro de 2012

A sagacidade e o tamanho da cabeça

Talvez o nosso maior problema seja realmente a sagacidade. Por quê?

Porque para possuí-la, temos que ter uma cabeça grande. E precisamos de uma cabeça grande assim para guardar um cérebro bem maior do que o dos outros animais que perambulam por aí. E é claro, um cérebro grande assim nos deu algumas vantagens. Conseguimos submeter feras muito mais fortes e ágeis, conseguimos controlar a natureza, conseguimos inventar o YouTube e o Facebook, enfim.

O problema a que me refiro é sentido por nossas queridas mães quando do nosso nascimento. O nenê, mesmo a contragosto, tem de sair de dentro da mãe. Como fazer isso com aquela cabeça enorme? Dureza.

Mas a evolução, sábia e prática como sempre, concebeu uma solução (antes mesmo de inventarem a tal da cesárea, que não tem este nome por acaso): fez com que os nenês nascessem com o cérebro não completamente formado. Assim, a cabeça que (blop!) salta para fora do corpo da mulher parideira não é a mesma que será depois de alguns anos. Sai mole e mínima, e com o tempo torna-se robusta e dura de pedra.

E é isso. Nossa cabeça é dura. Sinônimo de insistência. Bom ou ruim? O tempo irá nos dizer. O presente é o melhor momento.

Mas a sagacidade...