6 de novembro de 2007

Rotedogue com milquexeique

Olá!
Depois de quase quatro dias sem uma única postagem, estamos de volta! E não é uma volta qualquer! Voltamos com um tema na ponta da língua, para debatermos e refletirmos juntos: a mania do estrangeirismo!

Para os nossos vizinhos portenhos, um mouse é uma coisa para americano ver. Na Argentina, é ratón o nome do dito cujo, e winchester é uma arma, e Hard Disk é disco duro, e por aí vai... Mas os brasileiros são diferentes... ah, como são!
Os brasileiros adoramos (erro de concordância proposital, antes que me chamem de analfa) um estrangeirismo no nosso cotidiano. Adoramos ler tudo em inglês, torcendo a língua, tendo câibra nas bochechas e fazendo careta (jurando que a careta é cara de esperto). E ai ai ai de quem ler "lazer" onde diz "laser". Esse é taxado de burro! E qual a pena para quem escrever lêiser? Ih... esse vai ficar duas semanas ajoelhado em grãos de milho, aprendendo o inglês do português: playground, pager, page-maker, air bag, baby-doll, game, etc. Se dependesse do gramático Volnyr Santos, tudo tenderia a facilitar. Já está registrado no DELP - Dicionário Essencial da Língua Portuguesa, da Editora Rígel, em uma seção só de estrangeirismos, palavras como pleigraunde, pêiger, peige-mêiquer, erbegue, beibidol, gueime, etc.!
Imagine a seguinte situação: você está dirigindo o seu carro por uma avenida da sua cidade, quando de repente, depara-se com um grandioso bequilaite, ostentando o grandioso nome: Xópin X. Imagine lendo um manual da internete: "Agora clique com o botão direito do seu mause no bequigraunde do saite, mas tenha cuidado, pois um réquer pode deletar todinha sua romepeige.

Viva o neologismo! Viva o estrangeirismo!

Mundo globalizado precisa de traduções? E a língua, berço da cultura de um povo e alicerce da grandeza de uma nação, antigamente tão protegida, não sofrerá terríveis perdas nesse processo desenfreado de criações? Segundo especialistas europeus em lingüística, se não forem tomadas medidas de preservação para os idiomas, a tendência é que muitos deles desapareçam. O principal fator para o sepultamento (estamos recém no velório) de uma língua é a comunicação. Alguns jovens preferem a língua falada na internet à sua língua materna. A gota d'água é quando a comunidade se questiona se vale a pena falar sua própria língua. É infinitamente mais coerente o que fazem nuestros hermanos: cantam "Sunday bloody Sunday", mas a banda é U-dos. Para nós, provavelmente, será Iu-tchú. Fica a dúvida: Autorizar a escrita de saite e internete ou ensinar que site é local, international net é rede internacional? Para quem pensou na alternativa "a", pode aproveitar a repiáuer de hoje, no xópin, ouvindo no seu uoquimen uma música dêncin, comendo um rotedogue e tomando um milquexeique. E quando chegar em casa, acessa a internete e me envia um imêil (vitor.mendes@pop.com.br).

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