30 de março de 2010

Mulheres...

Sexo é coisa de homem. O que não significa que algumas mulheres não pratiquem o esporte por puro diletantismo. A História esfervilha de exemplos de fêmeas deste quilate. Catarina, “a Grande”, imperatriz de todas as Rússias, era uma. Dizia que precisava cometer sexo pelo menos seis vezes ao dia, senão ficava nervosa. Ninguém queria deixar a czarina nervosa, então os súditos a atendiam com fervor e faziam sexo com ela.

E faziam. E faziam. E faziam.

Talvez fosse por isso que a chamavam de “a Grande”.

Outro exemplo cintilante é a greco-egípcia Cleópatra VII, comumente conhecida simplesmente como "Cleópatra", apelidada com carinho de “Cheilon”, que em grego significa “lábios grossos”. Tinha-os grossos e sabia como usá-los, donde o seu prestígio com os romanos poderosos, como Júlio César e Marco Antônio.

Mas de todas, a minha preferida é Messalina.

Tinha tal ânsia por sexo que, à noite, metia-se debaixo de uma peruca morena e esgueirava-se para a Suburra, o bairro do pecado de Roma. Lá, subia em um tamborete e oferecia-se aos transeuntes por poucos sestércios. Aceitava qualquer um por qualquer preço. Levava-o para um dos quartos infectos que os rufiões alugavam e, sobre um catre precário, conduzia-o ao Olimpo. Viveu apenas 22 anos, Messalina, o suficiente para transformar o marido, o imperador Claudius, no maior corno da história da humanidade (com a provável exceção de um amigo que tenho, um dia conto a história dele).

Transformou-se também, Messalina, em sinônimo de devassidão. Se alguém quer falar mal de uma senhora, classifica-a:

- É uma Messalina.

É sinônimo de vagabunda. Eu considero um elogio, mas... quem inventou esse sinônimo deve ter sido uma mulher, na ânsia monogâmica de seus pensamentos.

A verdade é que Messalina sabia das coisas. Algumas mulheres sabem. Mas só algumas. Para a maioria, o sexo pode ser bom e tudo mais, mas é secundário. O mais importante para elas é o que há de mais importante na vida: a reprodução.

Que tipo de animal é o homem? Nada mais do que um pavão tentando impressionar a fêmea, no mais puro simplismo. O que ele faz, se não dispor de um penacho colorido na cauda? Ele ostenta a sua riqueza, ou o seu poder, ou a sua fama, ou a sua força física, ou a sua inteligência, ou sua segurança, ou os versos harmônicos de um soneto, aquela história do amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer, et cetera e talicoisa.

O sexo comanda as ações do macho. Mas não da mulher.

A mulher, o que a comanda é a reprodução da espécie. Não duvido que neste momento você se lembre da sua colega que vem trabalhar com aquelas roupinhas e que olha para os homens de um jeito blasé que parece urrar: "Eu quero sexo, garoto!". Sim, eu sei que você vai se lembrar dela e vai argumentar: “Luaninha gosta de sexo como se fosse um homem”.

Mas você está enganado.

É tudo um truque de Luaninha. Em sua maioria, as mulheres usam a premência masculina pelo sexo para alcançar seus objetivos. Nem que os objetivos sejam, apenas, de medir a extensão de seu poder. É o caso da mulher que acena com promessas e depois recua. Ela queria, mas desistiu? Não. Ela nunca quis. Ela só pretendia constatar até onde poderia levá-lo, a você e a essa sua infantil agonia sexual.

As mulheres são como plantas, também querem ser polinizadas. Querem se reproduzir. Vou dar dois exemplos separados em 1.500 anos para que você possa compreender melhor o que digo.

O primeiro: Teodora, a imperatriz de Bizâncio.

Antes de ser imperatriz, Teodora foi prostituta. Ao contrário de Messalina, que, antes de ser prostituta, foi imperatriz. Isso diz muito sobre uma e outra. Messalina prostituiu-se por gosto, Teodora por necessidade. Mesmo assim, Teodora era uma prostituta competente. Aprendeu alguns truques para agradar os homens, tornou-se célebre em Constantinopla e, numa noite feliz, acabou se instalando no leito do imperador Justiniano. Feliz para ela e feliz para Justiniano, bem entendido. Tanto que o imperador se apaixonou por ela, apartou-a da vida fácil, transformou-a em teúda e manteúda e, depois, em imperatriz.

Você pode achar que, empossada imperatriz, aí sim que Teodora se soltou e passou a cevar seus desejos mais recônditos. Se achou, achou errado. Teodora foi uma imperatriz concentrada quase que com exclusividade nas lides políticas. Fez de tudo para conservar e aumentar o seu poder. E fez bem: certa feita, salvou a coroa do marido durante a chamada Revolta Nika. Ou Revolta Nike, que, em grego, significa “vitória” e, em português brasileiro, significa marca de tênis. Mas Teodora usou o sexo para atingir o seu objetivo político.

Muitas mulheres são assim.

Outras são como Angelina Jolie. Você se lembra da Angelina Jolie no começo da carreira? Ela respirava sexo, pelo que leio. Dizia que lhe apetecia refestelar-se com homens, mulheres e outros seres mais ou menos parecidos. Expunha aquelas tatuagens dela. Usava umas roupas que faziam a gente sentir uma dor bem aqui. No peito, eu digo.

Aí Angelina conquistou Brad. E o que aconteceu? Ela começou a ter filhos. Quantos, exatamente, não sei. Talvez nem Brad saiba. Mas são vários. Alguns o próprio Brad proporcionou. Um se chama Maddox! Outros ela adotou. Africanos, quase todos. O Brad dá uma saidinha para beber um chope cremoso com os amigos e, quando volta, tem um etiopezinho novo!

Mas o fato é que Angelina mudou. Continua linda e continua com aquela boca, mas perdeu muito da sua ferocidade sexual. Por quê? Porque não precisa mais dela. Seu objetivo, que era ser mãe, já foi alcançado.

Assim se comporta a maioria das mulheres em relação ao sexo. Com pragmatismo. Elas encaram o sexo como um meio, não como um fim.

Bem cedo as mulheres desenvolvem tal percepção, já na pré-adolescência, graças à menstruação. Com 12 ou 13 anos de idade a menina compreende que a vida tem ciclos, que tudo germina, floresce e fenece, que tudo nasce, chega ao auge e morre. Este ciclo está dentro dela, ocorre todos os meses. A menina logo entende, portanto, que nós não somos imortais.

O homem, ao contrário. O homem passa a vida julgando-se imortal e acreditando que algo de extraordinário acontecerá logo adiante. Que vai alcançar a glória, a fortuna, o sucesso. É por isso que o homem se ilude trocando de mulheres, buscando vida nova.

As mulheres não se iludem. As mulheres são práticas.

Essa qualidade das mulheres fez com que elas aceitassem a monogamia que lhes foi imposta há muito tempo atrás. Para elas era até bom. Porque, com a monogamia, o homem assumia compromissos até então inéditos para com ela e com os filhos. Com a monogamia, fundou-se a família. A mulher, agora, dispunha de ajuda na tarefa de criar os filhos. Dispunha de uma casa, não precisava mudar-se a todo o momento, o que era um incômodo para quem tinha de levar a criançada junto. Com a casa, a mulher passou a dispor de instrumentos, ferramentas, confortos impensáveis para quem leva a vida nômade.

A vida da mulher melhorou, pois, e por isso ela aceitou sua condição presumidamente inferior durante milênios, mesmo que, no passado, gozasse de grande prestígio devido ao seu papel na reprodução.

Gozava mesmo.

Tanto é que as divindades eram femininas. Os homens pediam proteção à Grande Mãe. As primeiras esculturas da Humanidade são, exatamente, de mulheres grávidas. É quase certo que serviam para algum tipo de culto ancestral. Ou seja: a mulher grávida era adorada como uma deusa.

Mas e a mulher que não deseja reproduzir? E a mulher que não deseja procriar, e talvez só deseje (no seu âmago), daqui a muito tempo?

Bem, mais um truque. Na verdade ela quer sim, ela sempre quis. Absolutamente toda mulher quer, meu amigo, grave isso. Quando ela diz que não quer, ou que não quer agora, é justamente porque não se sente segura o suficiente para isso. E a segurança pode ser qualquer coisa: uma casa, dinheiro ou até educação.

Ela, quando faz isso, põe empecilhos e obstáculos durante o caminho que, se ultrapassados, irão fornecer a segurança necessária para lhes conduzir ao caminho matriarcal.

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