15 de dezembro de 2008

Loucura, loucura, loucura!

Olhando hoje cedo para a imagem ao lado (parte de "Alegoria do triunfo de Vênus", do Ângelo Bronzino), me fez lembrar da quantidade de filmes que já assisti sobre loucos ou loucura.

Foram muitos mesmo!

E o mais curioso: lembro que a maioria deles sempre tratava os loucos como se fossem os verdadeiros donos da verdade. Eles quase sempre sofriam de algum mal (que na verdade, era o seu "dom") e acabavam, inevitavelmente, morrendo no final do filme. Em suas mentes, sempre havia uma teoria conspiratória - que sempre se confirmava!

Sério, acho esse tipo de filme impressionante. Primeiro pela coragem do diretor (tem que ser corajoso!). Segundo, pela interpretação dos atores... normalmente eles são esplêndidos! E terceiro, porque esse tipo de estória me fascina.

Fico imaginando... E SE FOSSE VERDADE? E se estivéssemos sendo controlados por algumas pessoas ou órgãos, e se eles estivessem construindo a realidade (Matrix, risos) para que nós enxergássemos somente o que eles querem que enxerguemos? E se as pessoas que descobrissem isso tudo fossem rotuladas de "loucas", nelas fosse posta uma camisa-de-força e fossem jogadas no escuro, com tratamento de choque (literalmente) e remédios sedativos?

Ao longo da história como nós conhecemos, as definições para "loucura" foram uma mudança perene (?). Na visão de Homero, os homens não passariam de bonecos à mercê dos deuses e teriam, por isso, seu destino conduzido pelos "moiras", o que criava uma aparência de estarem possuídos - à qual os gregos chamaram "mania" (daí a origem da palavra).

Para Sócrates, este fato geraria quatro tipos de loucuras: a profética, em que os deuses se comunicariam com os homens possuindo o corpo de um deles, o oráculo; a ritual, em que o louco se via conduzido ao êxtase através de danças e rituais, ao fim dos quais seria possuído por uma força exterior; a loucura amorosa, produzida por Afrodite; e a loucura poética, produzida pelas musas (vide Mitologia Grega).

Já eu, trato a loucura um pouco diferente disso tudo. Nunca conviví com um "louco" de verdade, mas não acho que lidaria tão mal assim (principalmente com uma ninfomaníaca, risos). Acho que a loucura efetiva, deixou de ser o oposto à razão (ou a sua ausência), e passou a ser pensada como parte da pessoa, o "insconsciente vivo" de cada um. A razão, aliás, só se realiza com um pouco de loucura, não é mesmo?

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