23 de janeiro de 2009

O patrão

Hoje vou falar como patrão.

Contribuo, e contribuo bem, para o pagamento dos salários do funcionalismo público, inclusive dos sindicatos e centrais sindicais. Então, logicamente, todos eles estão sujeitos à minha fiscalização e ao meu exame.

E como um bom patrão, antes de demitir vou dar-lhes um aviso: eu não estou satisfeito com o rendimento de vocês! Até entendo que a culpa não é só de vocês... há décadas que o governo do Estado - do qual eu também sou patrão - não se comporta como deveria (a governadora inclusive bancou a compra de um avião!).

No entanto, ainda posso falar, daqui de cima, de outra condição. Posso falar como trabalhador. É deste prisma que vou citar um ponto, um único ponto, que possa ser positivo no projeto do governo e que talvez não mereça a oposição encanzinada e birrenta-nojenta.

Eu, como trabalhador, assim como meus colegas, nós temos direito ao PPR, um Plano de Participação nos Resultados anuais da empresa. Se o faturamento for positivo, os funcionários ganham uma parcela dele. Tempos atrás, um dos critérios para se avaliar quem ganharia essa bonificação era a avaliação dos chefes do setor. Acontece que a maioria dos chefes avaliava seus "subalternos" com a nota máxima, pois a lógica é óbvia: quanto todos podem ganhar um prêmio, quem não ganha se torna prejudicado. Assim, o prêmio não é mais prêmio: é punição, e punição dura.

Ora, um dos atuais critérios de promoção dos professores é semelhante a esse: é a avaliação dos diretores. Aliás, diretores eleitos pelo voto dos próprios professores, alunos e funcionários! Outro dos critérios é o tempo de serviço: a cada três anos, o professor ganha uma promoção.

Critétios questionáveis, hã?

Talvez fosse bom que ao menos os meus funcionários pudessem, pelo menos, discutir esse ponto. Ou até outros, quem sabe. Tentar melhorar. Tentar avançar, evoluir, crescer. Eu penso assim, e é possível que outros milhões de patrões do Estado pensem parecido. Seria bom que os funcionários levassem isso em conta, porque olha, quem está falando aqui é quem manda. Quem está falando é o patrão.

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