14 de dezembro de 2009

Povo sofrido

Acho que não existe povo mais sofrido do que o povo etíope.

É o povo mais antigo do mundo. Fato, segundo me consta. Tão antigo quanto o xis-bacon com maionese do alemão, na esquina da Santa Casa de Misericórdia de Bagé. O chapista, popularmenre conhecido como "alemão", desfruta de uma insensibilidade para maionese que é de se assustar. Por isso que os amantes da maionese o idolatram: ele não mede a quantidade, somente vai colocando, espremendo o sachê, até cair maionese pelos lados. Alguns dizem que ele não passa maionese no pão, e sim passa pão na maionese.

Não posso afirmar muito mais do que isso, pois sempre que vou lá, grito: "- Sai um xis-bacon sem maionese?". Após alguns olhares de desconfiança, ali está o meu pedido, seco como uma batata-palha recém ensacada.

Bom, mas voltemos ao assunto dos etíopes.

Eles se vangloriam de muitas coisas, mesmo com o básico para a sustentação de um ser faltando. Se vangloriam, inclusive, de serem descendentes diretos da rainha de Sabá. Ah, a rainha de Sabá... essa mesmo, que com suas longas pernas de ébano torneadas, enfeitiçou o rei Salomão, o homem mais sábio que já pisou na face da Terra. Ana Hickman que se cuide.

Os gregos chamavam de "etiópia" todas as terras que tinham seus habitantes, em maioria, negros. Não distinguiam reinos ou países. Assim, o Sudão, o Egito, a Somália e até a Eritréia eram Etiópia.

Talvez por isso este naco de terra tenha entrado em decadência. Quando se tem tudo, nada se tem, não é verdade? Talvez faltasse humildade para este povo. Ou talvez eu esteja julgando errado, e ao invés de humildade, faltassem alimentos.

Mas não me cabe julgar. Não nos cabe julgar. A ninguém. Somente nos cabe agir com sapiência e consciência. A pensar, afinal, somos dotados deste dom e dele temos que fazer uso. Necessitamos de evolução. Não às guerras, não às armas, não à ignorância, e sim a tudo o que é bom e bonito. Porque sim, nós temos consciência do que é bonito e do que é justo.

Basta de injustiça.

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