18 de setembro de 2009

Meu silêncio

Horrível é quando o dia já começa tenso. Muitas coisas no "por fazer" e as horas se tornam minutos, que passam voando. Bastante trabalho, pouco sono, pouca estrutura física e talvez mental, excesso de demandas, dores pessoais, etc. Tudo parece conspirar para uma grande explosão.

Mas o tempo vai passando... e melhorou alguma coisa? Que nada! A pressão só aumentou. O coração dispara e a cabeça fica desatinada.

Então uma pessoa queria joga a última gota, justo a que faltava. O mundo desaba. O dia vira noite, a raiva se aflora e a mágoa chega a roer.

É preciso reprimir, afinal, ninguém tem culpa de nós mesmos. E esse é o destino de quem se faz um tanque de guerra. Por fora, lago sereno. Por dentro, um vulcão prestes a ter uma erupção.

E justo na hora de ir embora, vem a chuva. Ah, a chuva. Forte, intensa, zombando do turbilhão que assoma furioso. O horário falha, os minutos agora se arrastam.

E lá vou eu, com o peito ardendo, segurar a onda de enfretar o trajeto até o apartamento. Com a chuva, o trânsito fica mais lento do que o normal, sinal de que a jornada será um pouco mais longa. Sinto alguém me tocar. Quase explodo, mas sigo com o olhar calmo e sereno.

Chuva torrencial, agora. A prioridade passa a ser os livros e a academia. E uma ligação ou uma mensagem no celular. Tiro a camisa. Foi um bad day.

E mesmo que de quando em vez, até mesmo um tanque de guerra precisa de ternura. É o meu silêncio, todo pureza, quem me recebe, meio serelepe. Sinto a brisa imaginária roçando as maçãs do meu rosto. Ali, eu faço a diferença.

Meu silêncio, então, salva o dia.

Um comentário:

Unknown disse...

Hum... Foi tu que escreveu? Achei mto bom!